Total de 225 estudos existentes desde 1997 receberam classificações na avaliação
por O GLOBO COM SITES INTERNACIONAIS
RIO - Os remédios homeopáticos “não são mais eficazes do que o placebo” no tratamento de alguns problemas de saúde, mostrou nova pesquisa realizada pelo Conselho Nacional de Saúde e de Pesquisa Médica (NHMRC, na sigla em inglês) da Austrália.
Um total de 225 estudos existentes desde 1997 foram classificados na avaliação do NHMRC de um (muito forte) a quatro (muito fraco) para determinar a confiabilidade de suas conclusões. O conselho considerou, portanto, que não há nenhuma evidência sólida que mostra que a homeopatia seja mais eficaz do que pílulas de açúcar e outros placebos em fazer o paciente se sentir melhor e se recuperar.
“Não havia condições de saúde para os quais havia evidência confiável de que a homeopatia foi eficaz”, afirmou o chefe-executivo Warwick Anderson. “Para algumas condições de saúde, estudos relataram que a homeopatia não foi mais eficaz do que o placebo.”
A medicina alternativa não cura todas as condições que são crônicas, graves ou que podem se tornar graves. Para algumas doenças físicas e mentais que médicos acreditam serem tratáveis com remédios homeopáticos, o conselho solicita que pacientes procurem aconselhamento médico, alegando que as pessoas podem colocar sua saúde em risco por não tomar medicamentos prescritos e aprovados. A homeopatia é baseada na premissa de que as substâncias que causam doenças podem tornar-se remédios quando altamente diluídas em água ou uma mistura à base de álcool.
Os profissionais dessa terapia acreditam que as moléculas conservam a memória da substância original quando diluída e rigorosamente agitada, em um processo conhecido como “potenciação” ou “dinamização”. Doenças como asma, enxaqueca, estresse e resfriados testaram contra tratamentos homeopáticos. Devido à falta de provas, verificou-se que não é mais eficaz do que um fármaco ou procedimento inerte.
Mesmo que a homeopatia tenha mostrado alguns sinais de ser mais eficazes do que placebos para condições como TDAH, hematomas, HIV, fadiga crônica, úlceras e depressão, os experimentos não foram conduzidos de forma adequada e não resultaram em evidências muito confiáveis, conforme apontou o relatório. Um tratamento é considerado efetivo se ele provoca melhorias que não podem ser descritas pelo efeito placebo e que não sejam susceptíveis a ser somente o acaso. A melhoria da saúde tem que ser significativa e contínua para que o medicamento seja considerado bem sucedido.
Departamentos de saúde nacionais britânicos e suíços também concluíram no passado que a homeopatia não é eficaz o suficiente para ser financiada pelo Estado.
A Associação Homeopática Australiana disse que estava no processo de preparação de uma resposta formal ao relatório NHMRC.
“A Associação Homeopática Australiana recomenda que o NHMRC tenha uma abordagem mais abrangente para a análise da eficácia da homeopatia, e considere uma avaliação econômica em grande escala dos benefícios de um sistema mais integrado e que respeita e defende a escolha do paciente na prestação de cuidados de saúde”, afirmou em nota, de com o jornal inglês “The Guardian”.
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