sábado, 9 de maio de 2015

União arrisca perder controle de voto na Petrobras



 A decisão da Petrobras de não declarar dividendos sobre o exercício de 2014 aos acionistas detentores de ações preferenciais pode colocar em risco o controle de voto da União na estatal.

    Em abril, quando divulgou com meses de atraso seu balanço auditado do ano passado com prejuízo de 21,6 bilhões de reais, a Petrobras informou que não pagaria dividendos para preservar o caixa, apesar de ter cerca de 100 bilhões de reais em reservas de lucro.

    A Lei das Sociedades por Ações (Lei 6004/76) diz, em seu parágrafo 1º do artigo 111, que "as ações preferenciais sem direito de voto adquirirão o exercício desse direito se a companhia, pelo prazo previsto no estatuto, não superior a três exercícios consecutivos, deixar de pagar os dividendos fixos ou mínimos a que fizerem jus". Esse direito, segundo a lei, será mantido "até o pagamento, se tais dividendos não forem cumulativos, ou até que sejam pagos os cumulativos em atraso.”     No entendimento de advogados e de um jurista consultados pela Reuters, no caso do estatuto da empresa não especificar o prazo, como é o caso da Petrobras, esse direito seria imediato.     "O entendimento que prevalece é o de que, nesses casos, a aquisição do direito de voto é imediata", afirmou à Reuters o advogado Joaquim Simões Barbosa, sócio do escritório Lobo & Ibeas Advogados, à Reuters na sexta-feira.     A Petrobras informa em seu estatuto social apenas que as ações preferenciais terão prioridade no caso de reembolso do capital e no recebimento dos dividendos, no mínimo, de 5 por cento calculado sobre a parte do capital representada por essa espécie de ações, ou de 3 por cento do valor do patrimônio líquido da ação, prevalecendo sempre o maior .

    Procurada, a Comissão de Valores Mobiliários disse que acompanha e analisa as informações envolvendo companhias abertas, mas "não comenta casos específicos em andamento, inclusive para não afetar negativamente trabalho de análise ou apuração que entenda cabíveis".     "A empresa não pagar o dividendo é direito dela, mas o custo disso é o direito de voto para as PNs", reforçou o gestor de um fundo no Rio de Janeiro, que pediu para não ter o nome citado.        De acordo com dados disponíveis no site da BM&FBovespa sobre a composição do capital da Petrobras, se todas as ações preferenciais não pertencentes à União ou a entes ligados ao governo federal como BNDES, BNDES Participações e Previ ganhassem direito a voto, o percentual alcançaria 51,23 por cento, deixando na mão desse grupo a maioria dos votos em assembleias da companhia.

    Procurada, a assessoria de imprensa da Petrobras disse que não comentaria o tema.     Mas uma fonte próxima à empresa consultada pela Reuters disse que não há o menor risco de os preferencialistas adquirirem direito de voto.     "O não pagamento de dividendos foi algo totalmente atípico e que não há a menor perspectiva de voltar a se repetir", disse a fonte que pediu anonimato, argumentando que esse direito só ocorreria se a empresa apresentasse resultados consecutivos negativos por três anos.

    "E isso não tem chance nenhuma de se repetir", disse a fonte, afirmando que o balanço do primeiro trimestre previsto para o próximo dia 15 será "superavitário" e a Petrobras vai voltar à rotina de pagamentos de dividendos normalmente. "Aí cai por terra a tese e o prognóstico de quem diz que (preferencialista) poderia requerer direito a voto."      Barbosa, contudo, compara a situação da Petrobras à da Eletrobras, que concedeu em abril direito de voto aos detentores de preferenciais nas próximas assembleias de acionistas, até que consiga retomar o pagamento de dividendo mínimo prioritário.      "Ainda que possa existir uma corrente minoritária que diga diferente, a CVM já se posicionou, o próprio governo se posicionou no caso da Eletrobras...não há dúvida de que as ações PN devem ganhar direito de voto", reforçou o advogado.

    A assembleia de acionistas da Petrobras para votar o balanço de 2014 e o não pagamento de dividendos referentes ao ano passado está marcada para o próximo dia 25 deste mês. Após a ratificação em assembleia do não pagamento de dividendos, os  preferencialistas poderiam requerer poder de voto, segundo entendimento do advogado.     Em nota a clientes, comentando o esclarecimento da estatal do segmento de energia elétrica, o UBS destacou que os estatutos da Petrobras e da Eletrobras parecem bastante similares, e  questionou se a Petrobras também dará direito aos preferencialistas à exemplo da Eletrobras, que pagou dividendo abaixo do mínimo.       "Nós gostaríamos de saber se investidores acionistas das preferenciais da Petrobras também podem obter direitos de voto nas próximas reuniões dada a decisão da direção da Petrobras de não pagar seu dividendo mínimo prioritário devido a perdas contábeis e apesar das elevadas reservas de lucros", escreveu o UBS.

    No caso da Eletrobras, contudo, a União (incluindo outras instituições controladas pela mesma) não corre o risco de perder o controle, uma vez que ainda teria 66,57 por cento do direito de voto.

Índio querem impedir exploração de gás no Vale do Juruá



Índios de todas as etnias do Acre e representantes de entidades socioambientais irão protocolar, na Procuradoria da República, um documento pedido a imediata suspenção da exploração de petróleo e gás de xisto no Vale do Juruá. Segundo eles, sem consulta alguma à sociedade, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) autorizou a exploração “predatória e contaminante” que ameaça o Aquífero Juruá. De acordo com um dos líderes do movimento, Ninawá Hini Kui, existe “uma preocupação grande” porque, por onde passou, houve danos ambientais por causa do arriscado método de produção do gás de xisto, conhecido como fraturamento do solo. “Essa exploração é considerada altamente arriscada para o meio ambiente e com consequências sociais e econômicas nefastas, que só agora começam a ser mensuradas em países como Estados Unidos, Argentina e França, Peru e Equador”, alertou o líder indígena. A ANP, segundo ele, não fez um estudo de impacto ambiental, desrespeitando uma convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT), entidade da qual o Brasil é signatário. O governo criou uma cortina de fumaça e gera expectativas de desenvolvimento para aquela região. “O problema são as técnicas utilizadas para a extração do gás, que é a fratura da rocha. Após explodir a rocha, é utilizada uma enorme quantidade de água com milhares de produtos químicos para liberar o gás. É certo o risco trazido pela injeção dessa água misturada no subsolo, com a possibilidade de se contaminar os aquíferos”, esclareceu Ninawá. Das 72 áreas para exploração de gás natural arrematadas durante leilão da ANP, no ano passado, 54 apresentam alto potencial para a produção do chamado gás não convencional, também conhecido como gás de xisto. Logo após o leilão, o MPF entrou com uma ação civil pública com o objetivo de anular os efeitos do certame.

Feliciano pede abertura de inquérito contra queima de Bíblia do AC



Marco Feliciano
O deputado federal pastor Marco Feliciano (PSC-SP) se comprometeu a pedir a abertura de um inquérito para apurar a queima de um exemplar da Bíblia durante o 4º encontro de ateus da Universidade Federal do Acre (Ufac).

Segundo jornais locais, um vocalista de uma banda queimou o Livro Sagrado dos cristãos como protesto e teve autorização do organizador do evento, o militante do PT Felipe Zanon que confirmou saber e autorizar a “performance” do músico.

“Vou representar à Polícia Civil do Estado do Acre para que instaure Inquérito Policial para apurar responsabilidades e seus autores, para que fatos lamentáveis como esse não se repitam”, escreveu Feliciano em seu site e também em sua fanpage do Facebook.
O deputado lembrou que a Constituição brasileira tem leis para punir que vilipendiar um símbolo religioso. Feliciano também questiona como um ato como esse pode acontecer em um espaço cultural como é a Ufac.

Ele questionou ainda a fala de Zanon que autorizou o ato como liberdade de expressão ao cantor dizendo que “no dia em que um artista fosse censurado no palco, seu lugar de direito, seria melhor acabar com toda cultura e toda arte”.

Sobre isso o deputado rebate: “Como pode um espaço cultural que é o de uma Universidade ser entregue a um boçal que faz tal afirmação se esquecendo que vilipendiar símbolo religioso é crime, portanto se sua teoria fosse aplicada de forma analógica, um artista no palco poderia cometer qualquer tipo de crime em nome de uma absurda ilimitada liberdade artística.”

TARAUACÁ: Sob comando de novo Delegado, Polícia Civil prende quatro pessoas por roubo e tráfico no município



Prisões ocorreram entre quarta e quinta-feira, no bairro Senador Pompeu em Tarauacá.

Em Tarauacá, município distante 410 quilômetros de Rio Branco, a Polícia Civil prendeu nas últimas 24 horas quatro pessoas por roubo, furto e tráfico de drogas. As prisões, segundo o delegado Obetânio dos Santos, fazem parte de uma ofensiva das forças de segurança, cujo propósito é dar cumprimento, nas próximas semanas, a 80 mandados judiciais originários da comarca do município.

Os presos, conforme a autoridade policial, são: José Nascimento de Souza, 22, “Kalil”, Wagner Teixeira Ferreira, 19, Francisco das Chagas da Silva e Silva, 20, “Chiquinho” e Gerson Lopes Soares, de 19 anos. Os quatro investigados são egressos do sistema prisional e foram presos no bairro Senador Pompeu, em Tarauacá.

Conforme a investigação, o bando especializado em assalto com emprego de arma de fogo agia em conluio. “Em função dos constantes ataques a pessoas, especialmente mulheres, os criminosos promoviam a descoesão social e eram temidos no bairro Trapiche do Flávio, onde residiam seus integrantes”, destaca Obetânio.

O delegado observou ainda que as forças de segurança do Estado estão focando no combate ao tráfico de drogas e aos ativos criminais, tendo como pilar central os crimes contra vida. “A ideia é não dar trégua no enfrentamento à criminalidade, independente do delito quer for praticado”, frisou.

Por Pedro Paulo
Assessoria Polícia Civil