O Laboratório de Testemunhos do Centro de Pesquisas (Cenpes) recebe amostras de rochas provenientes das nossas diversas atividades de perfuração de poços nas bacias sedimentares brasileiras. As amostras mais recentes vieram dos campos de Libra, Búzios, Carcará e Lula, no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos.
Todas elas passam por atividades preliminares como a aquisição de imagens tomográficas, perfis de coregama (para verificar a radiatividade natural da rocha), além de corte, limpeza e documentação fotográfica. Depois, são distribuídas em bancadas, onde ficam à disposição para o minucioso trabalho de descrição macroscópica e coleta para análises complementares.
A descrição dessas amostras é de responsabilidade dos geólogos do nosso laboratório, que buscam compreender a sua origem e avaliar o seu potencial como reservatório de petróleo e gás. Para isso, também são utilizadas lupas binoculares e microscópios ópticos para identificar os minerais constituintes das rochas, os tipos de poros onde o óleo e o gás se alojam, além dos processos diagenéticos (por exemplo, cimento e dissolução) que influenciam diretamente na qualidade do reservatório.
As rochas podem ser recuperadas como testemunhos (grandes cilindros de rocha com diâmetro em torno de 10 a 13 cm e até 60 metros de comprimento), amostras de calha (cascalho resultante da penetração de uma broca na rocha) ou amostras laterais (pequenos cilindros de rochas coletados da parede do poço com 2 a 3,5cm de diâmetro e até 7 cm de comprimento). Segundo Pablo Damasceno, supervisor da Gerência de Sedimentologia e Estratigrafia do Cenpes, o testemunho é a principal matéria-prima para o estudo sedimentológico e estratigráfico. “De outubro de 2014 a outubro deste ano, o laboratório recebeu 1.643,3 metros de testemunhos e 3.942 amostras laterais”, explica.
Ao mesmo tempo em que as rochas são descritas em detalhe, fragmentos são coletados para realizar análises complementares em outros laboratórios do Cenpes. Com mais informações em mãos, os geólogos podem conceber modelos deposicionais das áreas estudadas, podendo estimar, dentre as camadas de rochas, aquelas que possuem as melhores características permo-porosas como rochas-reservatório. A partir do conhecimento dos processos de sedimentação no passado geológico e da evolução físico-química das rochas ao longo do tempo, os geólogos e engenheiros de reservatório podem planejar, de maneira otimizada, o desenvolvimento da produção das jazidas de petróleo e gás.
O Laboratório de Testemunhos possui o nosso maior acervo de rochas, com mais de 130 mil caixas de amostras, oriundas dos poços da UO-RIO, da Exploração (pré-sal e novas fronteiras exploratórias) e da União (ANP). Os resultados das análises são incorporados aos nossos bancos de dados técnicos de exploração e produção.
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