sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

BRASIL: Samarco vai antecipar pagamento de R$100 mil às vítimas de Mariana


Medida foi tomada após audiência movida pelo Ministério Público
 Após audiência de conciliação de ação civil pública movida pelo Ministério Público, a Samarco concordou em antecipar parte das indenizações às vítimas do rompimento da barragem do Fundão, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG). A empresa se comprometeu a pagar imediatamente R$ 100 mil a cada uma das famílias que perdeu parente na tragédia ou tem ente desaparecido. O acidente deixou 17 pessoas mortas e duas desaparecidas. A lama de rejeitos de minério da barragem atingiu mais de 40 cidades na Região Leste de Minas Gerais e no Espírito Santo.

Também foi acertado na audiência na quarta-feira que as famílias desabrigadas e que tiveram deslocamento econômico, ou seja, perderam seus empregos ou renda, receberão R$ 20 mil cada, sendo que R$ 10 mil em forma de antecipação de futura indenização. Além disso, mesmo se conseguirem empregos, as famílias receberão também o auxílio de um salário mínimo mais 20% por dependente,além de uma cesta básica mensal até o fim da reconstrução das comunidades.

Durante a reunião, o promotor de Justiça de Mariana, Guilherme Meneghin, criticou a empresa.

— Acho que a única coisa que, de certa forma, podemos considerar, é que a Samarco colocou as pessoas nas casas. Mas, infelizmente, só foi através de pressão. Isso poderia ter sido feito espontaneamente. Eu acho que esse é o maior problema. Se não tiver a força da Justiça em cima, pressionando, parece que as coisas não andam.

O diretor de Projetos de Ecoeficiência da Samarco, Maury de Souza Júnior, rebateu o promotor.

— A Samarco, desde o primeiro momento, trabalhou arduamente para ter 100% das pessoas em hotel no primeiro dia. Depois de uma semana, começamos a alojar as pessoas em casas, e hoje, antes do Natal, conseguimos oferecer 100% de moradia para as pessoas. Isso é muito importante para que as pessoas passem o Natal em casa.

Para a antecipação das indenizações, a Samarco poderá utilizar parte dos R$ 300 milhões da empresa que foram bloqueados pela Justiça. O reassentamento definitivo das vítimas do desastre, com a reconstrução das comunidades, será o principal tema da próxima reunião de conciliação, marcada para o dia 20 de janeiro.


 Agência O Globo

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