"O Rio passou por cima da cidade de Rio Branco", disse nesta sexta-feira (6), em Plenário, o senador Jorge Viana (PT-AC). Ele lamentou que boa parte da cidade onde nasceu tenha sido coberta pela água desde domingo, na maior cheia da história da capital do Acre, durante a qual quase 100 mil pessoas foram diretamente atingidas pelo transbordamento do rio Acre.
- Onde tinha rua, ficou um amontoado de areia. Onde tinha casa, não tem mais - relatou Viana.
O senador disse que os trabalhos da Defesa Civil e das entidades de apoio ainda estão na fase de socorro das vítimas, mas já é possível começar a reconstruir o que foi levado pela enxurrada. Não só Rio Branco foi prejudicada: Xapuri, Brasiléia, Tarauacá e Sena Madureira também estão com os mesmos problemas.
A boa notícia, segundo ele, foi a liberação de recursos previdenciários equivalentes ao pagamento de um mês de benefício. O contribuinte, aposentado ou pensionista já pode requerer ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) o empréstimo, que só será cobrado depois de três meses de carência em 36 parcelas sem juros ou correção.
- Foi uma ajuda importante do governo federal. São mais 37 milhões (de reais) que nós vamos poder fazer chegar a quem perdeu fogão, geladeira, cama e eletrodomésticos – ressaltou.
Viana também está negociando linhas de crédito no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para socorrer atingidos e restabelecer a normalidade de funcionamento das casas, comércio, empresas e demais atividades da população. Os produtores rurais, contou, perderam praticamente tudo o que tinham.
Jorge Viana disse que um grupo com os melhores técnicos já está sendo reunido para fazer uma proposta de reconstrução de Rio Branco. Ele também pediu uma missão oficial do Senado para avaliar os danos vividos pelos municípios afetados pela enchente. O grupo deve elaborar um relatório que reforçará o pedido de apoio mais substancial na reconstrução da cidade.
A experiência e o trabalho do governador do estado, Tião Viana, e do prefeito, Marcos Alexandre, foram grandes diferenciais para evitar maior proporção no desastre, na visão do senador. Em sua opinião, o Brasil já melhorou muito no atendimento a crises e desastres naturais por meio de mudanças feitas nos últimos anos na legislação como resposta a grandes enchentes. Uma dessas conquistas, comentou, foi a facilidade de mandar recursos para os municípios afetados. Antes de a legislação ser aprimorada, recursos de socorro só poderiam ser enviados após o decreto de estado de emergência ou de calamidade pública.
Por outro lado,ele alertou para a necessidade de o governo se preparar para combater os efeitos de desastres naturais.
- Temos de melhorar o que não melhorou. Ainda não investimos o suficiente em prevenção – reconheceu.
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