“Isto afetará diretamente o setor que emprega mais de 20 mil pessoas”, declarou a presidente da Assimanejo.
Representantes de associações e sindicatos madeireiros estiveram na manhã desta quinta-feira (19) na Assembleia Legislativa do Acre para pedirem ajuda ao parlamento acreano para intervir junto à ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que proibiu a extração de madeiras ricas no estado.
De acordo com os representantes do setor, a portaria altera a lista das espécies que não podem ser derrubadas, como é o caso do mogno, cedro, cerejeira, angelim, algumas das mais utilizadas pelo setor madeireiro acreano.
A presidente da Associação dos Manejadores de Madeira do Acre (Assimanejo), Adelaide Fátima Gonçalves, afirmou que é importante o engajamento do parlamento estadual e bancada federal para que a modificação na portaria não afete a vida de centenas de trabalhadores.
“Isto afetará diretamente o setor que emprega mais de 20 mil pessoas”, declarou.
Para o representante do setor cooperativas, que trabalha no setor madeireiro de Sena Madureira, Manoel Oliveira de Araújo, a mudança feita pela ministra poderá trazer terríveis efeitos sobre o Acre.
“A situação para nós, que somos pais de famílias, é muito difícil, não sabemos como isto vai ficar. Nós ajudamos a gerar 1.500 empregos, por isso pedimos que os deputados olhem para nossa situação com carinho”, afirmou.
Adelaide Fatima afirmou que crê que uma audiência com a ministra ajudará a esclarecer fatos importantes, como por exemplo o de que as árvores em questão existem em abundância no Acre, não correndo risco de serem extintas.
“O mogno foi proibido sem haver um estudo no nosso estado, eles se basearam no Pará”, disse.
O primeiro-secretário da Mesa Diretora, deputado Manoel Moraes (PSB), que é funcionário de carreira do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), apoiou os madeireiros na questão do manejo legal e sustentável e frisou que a legislação a este respeito tem evoluído bastante nos últimos anos.
“A questão do manejo eu trago uma história desde 90, com pequenos produtores e acreditamos que o plano de manejo já cumpre as regras de proteção. A lei vem evoluindo há muito tempo e hoje temos leis que protegem o meio ambiente. Eles estão inviabilizando o sustento de quem dependente disto, apenas por uma medida normativa. Acredito que com bom senso se resolva muita coisa”, afirmou.
O presidente da Mesa Diretora da Aleac, deputado Ney Amorim (PT), declarou total apoio à causa e propôs a formação de uma comissão de deputados para acompanhar os sindicalistas e presidentes de cooperativas até Brasília.
“Estou à disposição para ajudar o setor. Precisamos fazer um estudo técnico, pois percebe-se que quem fez isso não entende como é aqui. Precisamos fazer um esforço político, parlamentar com fundamento técnico e formar uma comissão para acompanhar este caso”, declarou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário