sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

LAUDO DESCARTA ABUSO E OVERDOSE E APONTA ASFIXIAS EM BEBÊ NO ACRE


Delegado responsável pelo caso diz que primeiro diagnóstico estava errado. 'Mãe pode ser responsabilizada de forma culposa', diz delegado.

A criança de dez meses, internada em estado grave no Hospital da Criança, em Rio Branco, foi vítima de asfixia e não sofreu violência sexual ou overdose, segundo aponta o laudo médico. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Ricardo Casas, o que ficou constatado foi que o bebê foi vítima de asfixia, após a mãe ter dormido sobre a criança. No laudo, ainda segundo Casas, o bebê não tem vestígios de estupro no corpo, como suspeitava o médico que fez o primeiro atendimento, em Senador Guiomard (AC).

"Ficou constatado que a criança foi vítima de sufocamento, ela ficou um tempo sem respirar. Segundo o médico que atendeu o bebê, em Rio Branco, vai ser preciso aguardar a recuperação da criança para ver se vai ficar com sequelas, em decorrência do tempo que ela ficou sem oxigênio. A criança foi sufocada pela própria mãe, que dormiu em cima dela", afirma o delegado.

A hipótese de overdose também foi descartada. Segundo o delegado, a médica da UTI pediátrica do Hospital da Criança, que fez o atendimento, explicou que a menina ficou sem respirar, já que quando a avó a encontrou desacordada e viu que a mãe estava dormindo em cima dela. Além disso, ele afirma que a médica falou da possibilidade da criança ter tido uma crise de abstinência, que teria levado a convulsionar e ter uma parada cardíaca.

"Como a mãe faz uso de substâncias entorpecentes e a droga passa pelo leite, a criança se torna uma usuária indireta. Com isso, ela passa a sentir a necessidade da droga também. Então, a médica explicou que a menina pode ter tido uma crise de abstinência, o que ocasionou a convulsão", explica Casas.

Os quatro homens que foram detidos na quinta-feira (5) para prestar esclarecimentos foram liberados. De acordo com Casas, como o laudo da avaliação médica descartou a violência sexual, os homens foram soltos após prestar depoimentos. "O que ainda pode acontecer é a mãe ser responsabilizada, de forma culposa, de acordo com a evolução do quadro clínico da criança", afirma.

O G1 entrou com contado com a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) para saber mais detalhes do estado da criança, mas foi informado que a família proibiu que informações fossem passadas para a imprensa e destacou que legalmente não poderia passar dados da internação. A Sesacre destacou ainda que toda e qualquer informação fica a cargo da Polícia Civil, que está investigado o caso.

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