sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Governo federal mantém calote aos saldados da borracha





Nem os R$ 25 mil o Governo consegue pagar

A demora no pagamento da indenização aos Soldados da Borracha está gerando um clima de revolta entre os idosos que deveriam receber os benefícios. Todos os dias os aposentados procuram o sindicato para perguntar quando o dinheiro será depositado. A resposta é sempre a mesma: não existe previsão.

Acompanhamos a aposentada Maria do Livramento da Silva, 82. Ela fez uma longa caminhada até o sindicato. A aposentada está apreensiva, quer saber quando vai receber a indenização prometida pelo Governo Federal. Mesmo sem uma resposta concreta, disse a nossa equipe que não perdeu a fé. “Eu não desisti”, teima. “Acho que ainda vamos receber e tomara que seja antes da minha morte”, completou.

E, é, exatamente a grande quantidade de falecimentos dos idosos que vem preocupando o sindicato. De acordo com uma pesquisa realizada em 2012, a média de mortes chega a três por dia.

Veja esses números: no início de 2012, eram 7.933 soldados da borracha no Acre. Nove meses depois, tinham falecidos 208. Após 5 meses, foram mais 1.085. “Essa demora pode fazer com que muitos aposentados não cheguem a receber a indenização. É desumano tratar dessa forma quem tanto sofreu no passado”, relatou Luziel Carvalho, assistente social do sindicato dos aposentados do Acre.

A lei que garante o recurso foi aprovada no ano passado, mas como esse gasto, cerca de R$ 300 milhões não estavam previstos no orçamento. O pagamento ficou para 2015. Só que, até agora, nada foi informado sobre o depósito nas contas dos Soldados da Borracha.
Para piorar a situação, dos 12 mil aposentados como Soldados da Borracha, o orçamento para esse ano ainda não foi aprovado pelo Congresso Nacional. Sem o orçamento não existe uma previsão de pagamento da indenização.

A burocracia e a politicagem em Brasília atrapalham os planos dos aposentados. Só no Acre são 7 mil benefícios, contando os Soldados da Borracha e as pensões que se originaram. O Sindicato dos Aposentados vem lutando por uma indenização desde 2002, e só 12 anos depois, o Congresso aprovou um repasse de R$ 25 mil, pelas perdas materiais e sofrimentos desses homens e mulheres que vieram cortar seringa na Amazônia no período da segunda guerra mundial.

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