sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

DILMA CONFIRMA CORREÇÃO DE 4,5% DA TABELA DO IMPOSTO DE RENDA



Reajuste é menor que o defendido pelo Congresso, que propôs aumento de 6,5%

BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira que o governo não abrirá mão do reajuste de 4,5%  na tabela do Imposto de Renda (IR) na fonte em 2015. Segundo ela, este é o seu compromisso e ela vai cumpri-lo. Dilma explicou que vetou a correção de 6,5%, como aprovou o Congresso, porque o Orçamento da União não pode ficar sem essa arrecadação.

Com a correção de 4,5%, a renúncia fiscal do governo é da ordem de R$ 5 bilhões. Já com a correção de 6,5%, a renúncia passa a ser R$ 7 bilhões. A correção foi aprovada pelo Congresso em dezembro passado e vetada em 19 de janeiro pela presidente Dilma.

Diante da crise política e das dificuldades de relacionamento de Dilma  com o Congresso e as centrais sindicais, o Palácio do Planalto chegou a  cogitar fazer o  reajuste de 6,5%, embora enfrentasse resistência da equipe econômica.

— Eu tenho um compromisso, eu vou cumprir meu compromisso: é 4,5%. Eu sinto muito (se o Congresso fizer diferente), porque nós não estamos vetando porque queremos, nós estamos vetando porque não cabe no Orçamento público. É algo assim — disse Dilma, afirmando, em seguida:

— Se por algum motivo não quiserem os 4,5%, nós vamos ter que abrir um processo de discussão novamente. O governo tem condições perfeitamente de agora olhar os 4,5%. É isso que nós faremos.

TRABALHADOR PAGOU MAIS IMPOSTO EM JANEIRO

Em maio do ano passado, em pronunciamento em cadeia de rádio e TV pelo Dia do Trabalho, às vésperas da campanha eleitoral, Dilma se comprometera com a correção da tabela e, no dia 2 de maio, o governo editou uma medida provisória fixando o reajuste em 4,5%, a partir de janeiro.

Mas, com o recesso branco durante a campanha eleitoral, a medida provisória não foi votada e perdeu a validade em agosto passado. O Congresso incluiu a correção em outra medida, após as eleições, com apoio da oposição, e elevou o percentual para 6,5%.

Com o veto presidencial, a tabela ficou sem correção, e o governo sinalizou nos bastidores que encaminharia ao Congresso uma nova medida com a correção de 4,5% — o que ainda não aconteceu, acirrando ainda mais os ânimos no Congresso, que ameaça derrubar o veto da presidente ao reajuste de 6,5% nas próximas semanas.

Como o governo até agora não editou uma nova medida provisória com a correção da tabela, os assalariados que recebem mais de R$ 1.787,77 continuam tendo que pagar imposto. Com os 4,5%, a faixa de isenção subirá para R$ 1.868,22. Nos últimos quatro anos, a tabela foi corrigida anualmente em 4,5%, percentual abaixo da inflação.

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