terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Casa de Chico Mendes é tomada ppr águas de Rio no interior do Acre



Transformado em museu, espaço abrigava objetos pessoais do seringueiro. Água também chegou ao Centro de Memória Chico Mendes.
24/02/2015 17h42 - Atualizado em 24/02/2015 17h48
Por Geisy Negreiros e Yuri Marcel
Do G1 AC
Foto tirada nesta terça-feira (24), mostra Casa de Chico Mendes submersa (Foto: Luiza Melo/Arquivo Pessoal)
Casa em que viveu e morreu Chico Mendes foi tomada pelas águas nesta terça-feira (Foto: Luiza Melo/Arquivo Pessoal)
A casa do líder seringueiro Chico Mendes, assim como o Centro de Memória Chico Mendes, ambos localizados no município acreano de Xapuri, distante 188 km de Rio Branco, foram completamente tomados pelas águas do Rio Acre nesta terça-feira (24). O nível do manancial na cidade chegou a 16,50 metros, na medição de meio-dia.
A casa do ambientalista Chico Mendes, assassinado em dezembro de 1988 com um tiro, foi tombada e transformada em museu, que hoje recebe visitantes de todas as partes do mundo. Na frente do local, funciona o Centro de Memória e o Memorial aos Seringueiros, mantidos pelo Instituto Chico Mendes, em parceria com o governo do estado. Nos espaços, criados para preservar a memória do seringueiro, era possível encontrar objetos de uso pessoal do sindicalista, além da toalha e uma bermuda que ele usava no dia em que foi morto.
Foto tirada nesta terça-feira (24) mostra Centro de Memória Chico Mendes também foi atingido pela cheia do rio (Foto: Luiza Melo/Arquivo Pessoal)
Registro feito nesta terça-feira (24), mostra o Centro de Memória Chico Mendes também atingido pela cheia do rio (Foto: Luiza Melo/Arquivo Pessoal)
De acordo com a responsável pelos espaços de memória, Katicilene Rodrigues, os objetos da casa, além do material que estava no Memorial aos Seringueiros foram retirados na manhã de segunda-feira (23), quando a equipe percebeu que as águas do rio poderiam alcançar os locais. O material foi transferido para o Museu de Xapuri, que fica localizado em um espaço mais alto da cidade. Já o acervo do Centro de Memória Chico Mendes foi retirado nesta terça-feira (24)
"Bem cedo a gente percebeu que a água estava subindo rápido e resolveu tirar o material dos espaços. A gente fechou o museu para visitação e guardou todos os itens lá. A viúva do Chico Mendes [Ilzamar Mendes] e os dois filhos vieram a Xapuri e nós os ajudamos a embalar os prêmios e os objetos que estavam expostos no Centro de Memória. Eles levaram esse acervo para Rio Branco", salienta.

De acordo com Katicilene, mesmo quando houver o recuo das águas não há qualquer previsão para a reabertura dos espaços, já que eles devem passar por reparos. "Provavelmente terá que se fazer algo, porque a enchente estraga muito e é uma casa de madeira, de época", explica.

Ainda segundo ela, essa é a primeira vez que uma enchente atinge os três espaços. "Em 2012, chegou a alagar a casa do Chico Mendes, mas não foi com tanta intensidade e não havia chegado até o Centro de Memória", afirma.
A cheia em Xapuri é a pior da história da cidade, desde 2012, e atinge mais de 470 pessoas diretamente, segundo dados da Defesa Civil. Na segunda-feira (23), a prefeitura de Xapuri decretou estado de emergência. Nesta terça, a enchente chegou ao Hospital Epaminondas Jácome e os atendimentos tiveram que ser transferidos para a Unidade Básica de Saúde José Fadulo, localizada no bairro Pantanal.

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Transformado em museu, espaço abrigava objetos pessoais do seringueiro. Água também chegou ao Centro de Memória Chico Mendes.

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