sábado, 31 de janeiro de 2015

RIO BRANCO: CENÁRIO ECONÔMICO REGIONAL ESTÁ MAIS FRAGILIZADO


“Blindagem” pode se enfraquecer em 2015

Está sendo gestado nas planilhas do Governo do Acre uma série de ações na área econômica que não chega a ser propriamente um pacote de ilusões, mas pode-se dizer que é “o mais do mesmo”.

Qual é a lógica? Transmitir a ideia de que “enquanto o país pega fogo, a gestão do Acre preserva o ambiente econômico dinâmico”. É uma meia verdade (se é que isso existe). Assim como no Amapá e Roraima, no Acre a participação do Estado na economia é tamanha que acaba criando naturalmente uma espécie de “blindagem” que ameniza os efeitos ruins do cenário econômico nacional.

Não há méritos da gestão. É algo próprio da Economia. Se houve algum mérito é da área fiscal (e aí, mais uma vez se remete ao início do governo da Frente Popular) que conseguiu construir mudanças significativas e sustentáveis ao longo dos últimos 16 anos.

O que está sendo planejado é a reunião de um conjunto de ações já em andamento ou já previstas nas últimas visitas de executivos de bancos de desenvolvimento estrangeiros: isso será embrulhado em um pacote decorado com o novo slogan oficial e apresentado como algo inovador.

O governo já vazou a informação de que em 2015, a previsão é de que R$ 1,8 bilhão deve ser aplicado em saneamento e obras de infraestrutura. Não é dinheiro novo. É dinheiro caro. Com fatura calculada. A aposta do governo é de que esse esforço aqueça a economia de tal forma que, no futuro, a economia ande por si. Sem a muleta oficial. É uma aposta.

No mais, é a economia real e atual quem dita as regras. O leitor pode olhar para o comércio local; para a prestação de serviço local; para a qualidade da mão de obra local; para as ruas; para a lama nos bairros; para a violência contra a Mulher; para o índice de gravidez na adolescência; para a falta de perspectiva da Juventude; para a falta de calçadas nas ruas; para a qualidade do trânsito; para a agricultura de subsistência. Essa é a economia do Acre.

Isolamento_ A falta de infraestrutura não reconhece melhor exemplo do que a possibilidade de novo isolamento desde a construção das usinas hidrelétricas em Rondônia.

O Governo do Acre faz articulação política para abrir uma linha de crédito de R$ 100 milhões aos empresários locais, via Banco do Brasil ou BNDES. Mas, o ministro da Fazenda Joaquim Levy, o “Chicago Boy”, não deverá ser muito condescendente. E é aí que a “blindagem” acriana pode ser fragilizada.

Só uma pessoa que não acompanha o noticiário econômico foi surpreendida pelas medidas. Antes da campanha do ano passado já se sabia da necessidade de medidas de “correções” a serem adotadas, independente de quem fosse o vencedor.

Os empresários do Acre já estocam mercadorias desde novembro passado, já se articularam com alguns fornecedores peruanos e agora o Palácio Rio Branco tenta dourar o pires a ser apresentado para o Planalto. Aos daqui, só restou a reza, a oração e o clamor a São Pedro.

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